O Futuro do Metaverso: Morto ou Apenas Adormecido?
Nos últimos anos, o metaverso emergiu como uma das tendências mais comentadas, prometendo revolucionar a forma como interagimos com o mundo digital. A ideia era que tecnologias como a realidade virtual permitiriam que atividades cotidianas fossem transferidas para um ambiente virtual, onde avatares poderiam trabalhar, socializar e se divertir. A mudança de nome do Facebook para Meta, liderada por Mark Zuckerberg, simbolizou essa aposta bilionária no metaverso.
No entanto, o entusiasmo inicial deu lugar a um ceticismo crescente. Muitas empresas retiraram o metaverso de suas prioridades, e a Meta continua a enfrentar prejuízos significativos em sua divisão dedicada a essa tecnologia. Apesar disso, defensores do conceito acreditam que avanços tecnológicos continuam a ocorrer, e um estudo da PwC projeta que o metaverso pode gerar R$ 4 trilhões até 2030.
Junior Borneli, da StartSe, sugere que o “hype” do metaverso foi impulsionado pela pandemia de Covid-19, quando a ideia de um mundo virtual parecia atraente. No entanto, ele acredita que a tecnologia ainda não está pronta para uma adoção em massa, sendo vista como uma fantasia com utilidade limitada a nichos específicos. A percepção de que o metaverso é um “sinônimo de fracasso” persiste.
Borneli argumenta que, embora a tecnologia necessária já exista, ela ainda não é suficientemente realista ou acessível. A ideia de migrar para um mundo virtual é vista como um esforço para se isolar do mundo real. No entanto, ele acredita que a adoção em massa do metaverso ainda é possível, à medida que a tecnologia se torna mais prática e acessível.
A trajetória do metaverso pode ser comparada à da inteligência artificial, que levou décadas para se tornar prática e amplamente adotada. A Apple, por exemplo, lançou o Vision Pro, um óculos de realidade virtual, sem mencionar o termo “metaverso”, preferindo chamá-lo de “computação espacial”. Isso reflete uma estratégia semelhante à das empresas de tecnologia com a IA no passado.
Borneli vê sinais de que a convergência para o metaverso é uma questão de tempo, destacando o sucesso inicial do Vision Pro da Apple. Ele acredita que a realidade virtual e o mundo real se misturarão nos próximos anos, impulsionados pela inteligência artificial, que acelera o desenvolvimento tecnológico.
O metaverso pode não estar morto, mas sim aguardando o momento certo para ressurgir. A tecnologia precisa se tornar mais acessível e prática para que possa ser amplamente adotada e aprovada pela população. Enquanto isso, a inteligência artificial continua a roubar os holofotes, mas o potencial do metaverso ainda não deve ser descartado.