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O metaverso veio para ficar? Assunto foi um dos debatidos na Campus Party 2022, em Brasília
No último ano, o termo metaverso ganhou destaque após o rebranding da Meta ( ex- Facebook). O conceito ainda não é conhecido por todos, mas envolve NFT e Web 3.0, por exemplo, e promete revolucionar o futuro e unir o mundo real ao mundo virtual.
NFT – “non fungible token” em inglês, ou token não fungível, é uma espécie de selo de autenticidade digital, usado para vídeos, fotos, gifs, códigos, áudios. Fungível, é algo que pode ser substituído por outro, da mesma espécie, já o “não fungível” é único. NFT é um selo digital associado a um item que garante a sua autenticidade.
Também faz parte desse universo, a Web 3.0, que muitos consideram “a grande revolução da internet”, que permitirá que as máquinas interpretem um volume muito maior de dados. Nela não seria mais preciso usar sistemas operacionais complexos ou grandes “hard disks” para armazenar informações. Tudo ficaria na chamada “nuvem” e, além de ser mais rápida, a “nova internet” poderia ser personalizada.
O metaverso foi um dos assuntos debatidos na Campus Party Brasília 2022, que termina neste domingo (27). Para entender um pouco mais sobre esse universo, o g1 conversou com a fundadora da empresa Cubic, de games, e palestrante da Campus Party, Liziane Quadros
g1 DF : Afinal, o que é o metaverso?
Liziane Quadros: Eu digo que é como se fosse um espelho da realidade física aplicado no ambiente digital. É você estar em um ambiente e pegar um óculos de realidade virtual (VR) e, através de um sistema, software ou um game conseguir ”ir” para outro lugar e assim interagir com outras pessoas de outros lugares, sem sair do seu ambiente inicial.
g1 DF: O metaverso é uma junção da realidade virtual com a realidade aumentada? Qual a diferença entre as duas?
Liziane Quadros: A realidade aumentada busca incluir componentes digitais no mundo em que vivemos trazendo uma parte sensorial. Um exemplo bom, é só você pensar que está em um parque e essa realidade, de alguma forma, te dá um aroma de outro lugar. Já a digital é a criação de um ambiente totalmente novo, independente da onde você está.
“De repente, você está em um parque, em Brasília, e com um óculos VR ou uma tela, você, literalmente, entra em um novo ambiente.”
g1 DF: Quais são as vantagens do metaverso?
Liziane Quadros: Acho que a principal vantagem é na educação. Faz muita diferença ter como visualizar e, no caso do metaverso, sentir, cheirar e afins. É você conseguir, realmente, mostrar para um aluno sobre o que você está falando.
Na saúde, acredito que seja essencial esse tipo de tecnologia. Iríamos conseguir levar certas técnicas para lugares afastados, além de contribuir muito para que mais pessoas tenham acesso à saúde. Além disso, acho que, como opção de diversão é muito válido. Os games estão nesse mundo justamente para trazer entretenimento.
g1 DF: O metaverso está na 3ª onda da internet, chamada Web 3.0?
Liziane Quadros: Basicamente, é essa a nova onda da internet. É a gente conseguir ter acesso à internet de qualquer lugar do mundo. É você conseguir contato com as pessoas, independentemente de onde elas estejam.
“A Web 3.0 permite eliminar aquele processo de não consegui mandar tal informação para alguém por que estava sem internet.”
g1 DF: Onde o NFT, e agora as roupas virtuais entram nesse assunto?
Liziane Quadros: O NFT é um ativo digital, basicamente é uma forma digital de alguns objetos, ícones e até obras de artes. São produtos digitais em que o valor ainda é muito alto para uma pessoa comum adquirir. Mas, pensando no metaverso, daqui a uns 8 anos, acredito que vai se tornar mais acessível. As roupas funcionam da mesma forma que os NFT´s.
g1 DF: Como funciona a compra e venda dos NFT’s?
Liziane Quadros: O processo de compra é muito simples: é apenas acessar um marketplace de NFTs, fazer a sua escolha e pagar. Mas é preciso lembrar que esses produtos ainda tem valores muito altos, então, as pessoas têm que ter os pés no chão em relação a isso.
“O detalhe, para mim fica nas vendas. Qualquer um pode criar uma NFT e vendê-la, mas é bem mais fácil para um ‘Neymar” [jogador que investe em NFT] conseguir vender, do que uma pessoa sem visibilidade, principalmente por conta dos valores e do desejo em ter o sapato do Neymar, por exemplo.”
g1 DF: Algumas pessoas tem relatado cair em golpes e recebem NFT´s falsas. Como se proteger no metaverso?
Liziane Quadros: O principal é a plataforma por onde compramos esses produtos. Tem que ser confiável, ter aquele símbolo do META ou da Microsoft. Todo NFT tem um certificado e, por ser único, geralmente tem um código de série, tem que ficar atento a isso. Mas o certificado é obrigatório.
“Não dá para clicar em qualquer coisa sem ter um respaldo de que aquilo é verdadeiro.”
g1 DF: Para quem ainda tem medo de usar essa tecnologia, qual sua dica?
Liziane Quadros: A inovação sempre é questionada ou temida, mas temos que lembrar que existem leis que nos protegem. Muito se fala sobre a LAI (Lei de acesso a informação) e ela é extremamente necessária. Mas é importante lembrar das vantagens que esse tipo de tecnologia traz para todos. Já tivemos medo do e-mail, e ele já faz parte da nossa realidade há mais de 20 anos .